Subsidiando a Organização de Feministas Negras na América Latina e no Caribe

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Carta aos nossos leitores

A Filantropia ignorou os movimentos de feministas negras na América Latina e no Caribe, mas há oportunidades ilimitadas para mudar esse cenário. Por favor junte-se a nós.

Sobre

Liderada por acadêmicas, artistas e ativistas negras da América Latina e do Caribe, esta pesquisa explora o ativismo das mulheres negras nas duas regiões.

  • Entrevistou 276 mulheres negras em 17 países que falam espanhol, português e kreyól;

  • Mapeou 309 iniciativas lideradas por mulheres negras. Destas, 57% são formadas apenas por mulheres negras; 33%, mulheres e homens negros; e os restantes 10%, LGBTQI. Os tipos de organização incluem coletivos, associações, organizações de base comunitária, sindicatos, cooperativas e redes, bem como ONGs. Muitos não são registrados.

  • Observou 25 espaços de ativismo negro usando a observação participante em conferências, fóruns educacionais e workshops, tanto online quanto offline;

  • Entrevistou representantes de Fundos para mulheres latino-americanas;

  • Entrevistou 20 acadêmicas, ativistas, artistas, curandeiras, terapeutas e guardiãs da memória negra;

  • Consultaram 102 reportagens ou artigos sobre justiça racial e de gênero; e,

  • Encomendou vários artigos de proeminentes líderes de pensamento no ativismo feminista trans, decolonial e negro.
 

FJS e Wellspring agradecem a todos que estiveram envolvidos neste projeto. Em particular, agradecemos à pesquisadora principal Jeannette Tineo Durán e à equipe de 16 pesquisadoras das regiões. Agradecemos também a Carla Murphy e Chriss Sneed pelos resumos e entrevistas com fundações privadas; tradutora dos resumos Miluska Martínez Sarson e copidesque Cindy Bello; tradutora do texto deste microsite Luanna Marley; Rochelle Jones e Sarah Gunther pelo desenvolvimento deste conteúdo de microsite e estratégia filantrópica; à artista Goga pela incrível obra de arte que sustenta o conteúdo; designer Astrid Da Silva e gerente de projeto Zavé Martohardjono por dar vida a este site; editora de cópia do microsite Nebila Abdulmelik; funcionários atuais e antigos da FJS (Jewel Antoine, Félix Endara, mónica enríquez-enríquez, Meghan Huppuch, Erin Malone, Maitri Morarji, Nicky McIntyre e Somer Nowak); Funcionárias da Wellspring (Betsy Hoody, Manisha Mehta e Lucille Renwick); e todos os outros e outras que dedicaram energia a este projeto ao longo do caminho.

Como é a Organização das Feministas Negras?

A pesquisa mostra que a organização feminista negra na América Latina e no Caribe é diversa, singular e forte – fluindo através de vários movimentos e tocando em todas as questões relevantes para a filantropia.

  • As estratégias de organização das mulheres negras são diversas, desde a defesa política para inclusão no Estado até abordagens decoloniais que desafiam a própria existência do Estado.

  • A organização das mulheres negras flui em muitos movimentos – antirracista, feminista, defesa da terra/território, clima, justiça econômica e muito mais. Sua relação com o feminismo é tênue, uma vez que os principais movimentos feministas são frequentemente dominados por líderes e agendas mestiças brancas.

  • Embora o financiamento flexível e de longo prazo seja necessário para todas as estratégias e tipos de trabalho, as feministas negras consideram a organização transfronteiriça uma prioridade particular para que possam construir movimentos autônomos na América Latina e no Caribe e se conectar com a diáspora mais ampla.

  • Desequilíbrios de poder, especialmente entre movimentos mestiços brancos e feministas negros, bem como múltiplos sistemas de opressão racializada e de gênero impactam a visibilidade da organização das mulheres negras e seu acesso a financiamento.

  • Lutando contra o racismo em espaços feministas branco-mestiço e sexismo em espaços ‘misturados’ com homens negros, mulheres negras clamam pela proteção e expansão de seus próprios espaços feministas negros autônomos. Enfrentando outra camada de alteridade, ativistas negras lésbicas, bissexuais, trans e não-binárias reivindicam o mesmo.

  • Embora o cenário esteja mudando rapidamente, ainda não existe um ecossistema de financiamento coerente para organizações lideradas por mulheres negras na América Latina e no Caribe. Tanto na filantropia pública quanto na privada, os financiadores não estão alcançando grupos feministas negros de forma significativa.

  • O financiamento com foco em gênero tende a centrar nas áreas de interesse do feminismo mestiço branco, sem dar atenção às experiências e necessidades particulares das mulheres negras. A organização feminista negra enfrenta barreiras de acesso a recursos entre os financiadores que trabalham em uma série de questões de justiça social e direitos humanos.

  • Como resultado, as iniciativas lideradas por mulheres negras têm acesso extremamente limitado a financiamento. A maioria depende de recursos autogerados para viabilizar seu trabalho.

Que ações os Financiadores podem realizar?

Todo financiador tem um papel a desempenhar no fornecimento de recursos para a organização feminista negra. Se você está financiando movimentos feministas ou promovendo uma estratégia baseada em questões, existe um ponto de partida para você.

  1. Forneça financiamento de apoio central flexível e de longo prazo diretamente para grupos liderados por mulheres negras.

     

  2. Crie e forneça recursos para mecanismos de financiamento dedicados a organizações lideradas por mulheres negras na América Latina e no Caribe.

  3. Desenvolva sistemas para coletar e rastrear dados desagregados de doações que contém as mulheres negras como uma população específica.

  4. Avalie seu portfólio: com que eficácia você está alcançando a organização liderada por mulheres negras e respondendo às suas necessidades, realidades e prioridades?

  5. Envolva-se na educação política e encontre maneiras de construir confiança com as organizadoras feministas negras.

  6. Financie o cuidado.

  7. Comprometa-se com o estudo antirracista em sua instituição.

  8. Faça esse trabalho em parceria com outros financiadores.
 

Conecte-se a mais de 300 organizações lideradas por mulheres negras

Esta pesquisa mapeou mais de 300 diversas iniciativas lideradas por mulheres negras em 17 países da América Latina e Caribe, incluindo coletivos, associações, organizações de base comunitária, sindicatos, cooperativas, redes e ONGs.